sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

História de Israel - Fundação do moderno Estado de Israel


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Judeus orando no Kotel, ou 'Muro das Lamentações', no início do século 20.


Fundação do moderno Estado de Israel

Lord Arthur Balfour, ex-primeiro-ministro da Inglaterra e mais tarde seu ministro dos Negócios Estrangeiros, é mais conhecido pela declaração que leva o seu nome. A Declaração Balfour, emitida em Novembro de 1917 (no final da Primeira Guerra Mundial e após o colapso do Império Otomano) declarou o compromisso da Grã-Bretanha de estabelecer uma "pátria nacional para o povo judeu". Lord Balfour enviou a declaração ao Barão Lionel Walter Rothschild, um banqueiro britânico e influente Sionista.

Foi a primeira vez que as aspirações Sionistas foram realizadas. Em 1922, a Declaração Balfour foi formalmente reconhecida pela Liga das Nações, que declarou a Palestina como um "Mandato Britânico" (isto é: sob administração regional britânica) e reiterou a promessa de estabelecer uma pátria para o povo judeu na Palestina. O governo estipulou que a nação judaica emergente designaria uma agência para administrar os assuntos judaicos na Palestina, e a Agência Judaica nasceu.

Os anos de semi-autonomia Sionista durante o Mandato Britânico (como este período é conhecido) estabeleceram as bases para o governo israelita moderno. Os partidos políticos foram formados, e a cada quatro anos o povo votou numa Assembleia Geral, que em seguida nomeava um Va'ad Leumi (Comité Nacional). O governo civil centrou-se na educação e cuidados de saúde, estabelecendo escolas e universidades e operando sistemas públicos de saúde. 

A população aumentou rapidamente, devido às ondas de imigração conhecidas como "aliyot". A "Terceira Aliyah", constituída principalmente por imigrantes russos, impulsionada pelas aspirações Sionistas e pelos pogroms devastadores na Rússia, após os quais centenas de milhares de judeus ficaram desabrigados, durou de 1919 a 1923. A "Quarta Aliyah", composta principalmente de judeus de países da Europa de Leste, decorreu durante os anos 1924-1932, e os seus membros começaram a estabelecer pequenas empresas e indústrias. A "Quinta Aliyah", de 1933 a 1939, consistiu principalmente de imigrantes alemães.


Lista de reprodução de vídeos: Período pré-Estado


Spielberg Jewish Film Archive - Hebrew University of Jerusalem


À medida que a população judaica na Palestina crescia, a resistência árabe tornava-se cada vez mais expressiva e mais violenta. Após os explosivos "distúrbios de Jaffa" de 1921, em que dezenas de judeus foram brutalmente mortos e mais de cem ficaram feridos, durante um período de dois dias, em Maio, o governo britânico decidiu restringir a imigração judaica para a Palestina, alegando que a população judaica causaria uma ruptura na economia. 

Em 1929, outro tumulto árabe rebentou em Jerusalém devido a tensões crescentes sobre o Muro Ocidental, e um massacre em Hebron, matando dezenas de judeus, terminou na evacuação da população judaica de Hebron pelas forças policiais britânicas. A Haganah (precursora das Forças de Defesa de Israel/IDF) e o Irgun, uma organização militar subterrânea fundada por Ze'ev Jabotinsky, foram criados em resposta a esta década de violência.

Enquanto a imigração judaica abrandou ao longo dos anos vinte, aumentou novamente com a ascensão do Terceiro Reich e a subsequente perseguição de judeus na Europa antes do Holocausto. A nova onda de imigração levou novamente a intensos tumultos árabes, que duraram de 1936 a 1939. Embora a Haganah e o Irgun tenham lutado para proteger os judeus, no final, centenas de judeus haviam sido assassinados no Mandato Britânico da Palestina. Aproximadamente 5.000 árabes também haviam sido mortos. Os tumultos foram politicamente devastadores, levando à emissão do Livro Branco de 1939, que limitou a imigração judaica e prometeu criar um Estado árabe independente dentro de dez anos.

Em 1940, o governo britânico proibiu os judeus de comprarem terras na maior parte da Palestina. Apesar das restrições e da mudança na política britânica, a Agência Judaica decidiu oficialmente apoiar a Grã-Bretanha contra a agressão nazi na Segunda Guerra Mundial. Essa era a política geral dos Sionistas, onde quer que vivessem. 

A Palestina foi bombardeada pelos italianos, na esperança de atacar os interesses britânicos no Médio Oriente. No entanto, um pequeno grupo rompeu com a Haganah e lutou contra os britânicos na Palestina. O grupo, chamado Lehi ou Stern Gang, era liderado por Avraham Stern, cujos pais haviam estado num barco que rumava à Palestina, e que foi desviada pelos britânicos. Consequentemente, eles morreram às mãos dos nazis. 

O Lehi operou por muitos anos, trabalhando para alcançar os seus objetivos de evacuar os Ingleses da Palestina e de permitir a imigração irrestrita para os Judeus. Finalmente, o grupo foi absorvido pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) em Maio de 1948.


Lista de reprodução de vídeos: Terra Prometida


Spielberg Jewish Film Archive - Hebrew University of Jerusalem


Após a Segunda Guerra Mundial, a Grã-Bretanha manteve a sua política de imigração limitada, numa tentativa de apaziguar o Mundo Árabe. Grupos Sionistas organizaram a imigração ilegal, pequenas embarcações transportaram judeus que haviam perdido tudo na Europa, e judeus sem documentos. Esses judeus, sobreviventes do Holocausto, procuravam recomeçar a vida na sua terra natal; no entanto, milhares desses imigrantes ilegais foram impedidos de entrar na Palestina e enviados para campos de concentração no Chipre. Esperaram lá, durante anos, na esperança de lhes ser finalmente permitido entrar na sua terra natal. 

A população judaica, irritada com as acções da Grã-Bretanha, especialmente à luz da profundidade da tragédia do Holocausto, começou a retaliar contra o governo britânico. A resistência culminou com o bombardeio de 1946 do quartel-general britânico, que estava alojado no Hotel King David. No entanto, a resistência desmoronou após o bombardeio, devido à indignação internacional e à controvérsia e condenação dentro da comunidade Sionista. Mais de 100 mil judeus foram presos e interrogados. Após este desastre, a Grã-Bretanha decidiu entregar a questão do Estado judeu às Nações Unidas.



Lista de reprodução de vídeos: Holocausto e Segunda Grande Guerra

                 Spielberg Jewish Film Archive - Hebrew University of Jerusalem


A ONU nomeou uma comissão especial, o Comité Especial para a Palestina (UNSCOP). Em 29 de Novembro de 1947, a Assembleia Geral da ONU votou - com trinta e três países a favor, treze contra e dez abstenções - para dividir a Palestina em um Estado judeu e um Estado árabe, com Jerusalém permanecendo sob o controle da ONU. 

O Plano de Partição detalhou as suas recomendações não vinculativas para as fronteiras estaduais. O Estado judeu seria composto das terras que se estendem de Haifa até Rehovot, pela Galileia Oriental, e pelo Negev, incluindo Eilat. O Estado árabe incluiria a Galileia Ocidental, a cidade de Acre, as terras altas de Samaria e Judeia e a costa sul de Ashdod através da Faixa de Gaza. A terra dada aos judeus incluiu as áreas densamente povoadas com judeus; As terras árabes consistiam em áreas com a maioria população árabe. Os árabes receberam a maioria das fontes de água. Os judeus receberam uma percentagem maior do território do mandato da Palestina, para acomodar o crescimento projectado na imigração, mas grande parte dessas terras eram o deserto do Negev, que não era cultivável.

Imediatamente após a decisão da ONU, os Estados Árabes declararam que qualquer tentativa de construir um Estado judeu dentro da área do Mandato Britânico da Palestina equivalia a uma guerra e responderam imediatamente por meios bélicos. À medida que as forças britânicas se retiravam lentamente, rebentou uma guerra entre as comunidades judaica e árabe. 

Embora no início o exército árabe tivesse a vantagem, à medida que os combates continuavam, ficou claro que os judeus, que estavam melhor organizados e melhor financiados, devido ao seu próprio governo e sistema tributário, não iam sucumbir facilmente. À medida que o exército judeu, liderado pelo Palmach (a força de combate da Haganah) começou a dominar os seus adversários árabes, os árabes palestinos começaram a sair em massa, temendo a vingança judaica. Antes da declaração oficial de um Estado israelita, mais de 200 mil árabes haviam fugido da Palestina. A maioria deles, antecipando uma vitória árabe, planeavam retornar.

Em 14 de Maio de 1948, depois de a última das forças britânicas ter deixado a Palestina, David Ben-Gurion declarou a criação do Estado de Israel. O novo Estado foi reconhecido imediatamente pelo presidente dos EUA Harry S. Truman e pelo líder soviético Joseph Stalin. 

Os países árabes vizinhos - Egipto, Transjordânia, Síria, Líbano e Iraque - rejeitaram imediatamente o Estado e declararam a guerra a Israel, somando as forças dos seus países àquilo que era apenas uma guerra "civil" na Palestina entre árabes e judeus.



1947: Plano de partição das nações Unidas.
Junho de 1948: Invasão dos Exércitos árabes.
Julho de 1948: contra-ataque israelita e conquista de território aos Árabes.


No final da guerra, Israel havia conquistado muito do sua território - cerca de 50% a mais do que o que havia sido atribuído aos judeus no Plano de Partição da ONU. 

Israel assinou acordos de armistício separados com o Egipto, Líbano, Jordânia e Síria. A fronteira conhecida como "Linha Verde" foi criada durante esses acordos; O Egipto ganhou o controle da Faixa de Gaza, e a Jordânia ocupou a Judeia e Samaria, a que chamou Cisjordânia.




Lista de reprodução de vídeos: Israel Renascido.

 

Spielberg Jewish Film Archive - Hebrew University of Jerusalem

2 comentários:

  1. Caro Bilder,

    Houve aqui um percalço de modo que transcrevo a sua questão:

    «Tendo em conta que o caro amigo(pelos posts que tenho lido aqui)mostra ser contra o globalismo socialista(onde inclui judeus que não considera sionistas)gostava de saber se está inteiramente de acordo com este post http://averdadequeamidianaomostra.blogspot.pt/2013/10/nova-ordem-mundial-socialista-fabiana.html (presumo que já conheça este blog).»

    Claro que quem está implicado em planos de Novas Ordens Mundiais não pode ser um Sionista. O Sionismo defende o direito de os judeus (e de cada povo) viveram na sua própria terra.

    Ainda que existam poucos judeus no mundo (mais ou menos tantos quanto os portugueses), os judeus (tal como os portugueses) são um bocado como o arroz doce: estão um pouco por todo o lado. Há judeus comunistas e capitalistas, patriotas e traidores, boas pessoas e más pessoas, exactamente como em qualquer outro grupo humano.

    No entanto, os judeus têm um peso histórico associado, que os torna alvo das atenções. São o povo da Bíblia, são uma das mais antigas culturas do Mundo, são um povo que esteve, em grande parte, numa Diáspora de 2 mil anos, são um povo que se destaca pela sua inteligência, em todos os campos, e - talvez o que mais exaspere as pessoas - já enfrentaram numerosas tentativas de extinção (desde a Antiguidade até aos genocídios nazis e soviéticos e agora ao terrorismo islâmico), e persistem.

    Um indivíduo que nasceu judeu e é dos mais destacados líderes da Nova Ordem Mundial comunista/islamista, é o famigerado George Soros. Mas esse facto não faz com que exista uma conspiração judaica. Aliás, os judeus são ao mesmo tempo acusados de uma coisa e do seu oposto; os comunistas dizem que os judeus são todos riquíssimos e capitalistas sem escrúpulos, ao passo que os anti-comunistas paranóicos tendem a considerar que o Comunismo foi uma invenção judaica, inserida numa ideologia judaica, subterrânea, conspiratória.

    A maior parte das pessoas que odeiam os judeus nunca viram um, nunca estudaram o Judaísmo, nada sabem dos judeus, do Sionismo, de Israel ou do Judaísmo.

    Durante 2 mil anos, os judeus eram a "tela em branco" de que fala um jornalista israelita, que servia para a projecção de tudo quanto era mau. Se se pretendia condenar a avareza, os judeus eram avaros. Se se pretendia condenar a estouvadice, os judeus eram perdulários.

    Nada mudou. Por exemplo: os judeus são acusados de não terem resistido ao Holocausto e de serem, portanto, cobardes (apesar de terem resistido heroicamente e de terem lutado na 2ª Grande Guerra). Ao mesmo tempo, são acusados de responderem aos ataques dos terroristas islâmicos (como o resto do Mundo faz!!!).

    O Mundo, em relação aos judeus, reage como alguém que vê um ex-mendigo a conduzir um Ferrari. Fica despeitado.

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    1. Quanto ao post em questão: Comecei a ler, mas parei onde se diz que "os judeus sabiam de que as Torres Gémeas iam ser atacadas". Isso é uma falácia dos muçulmanos, que publicaram essa atoarda nos seus jornais, e, ao mesmo tempo que celebravam o ataques, culpavam o seu ódio de sempre: os judeus!

      Não existe nenhuma ambição judaica de alargar o território de Israel, ou de ditar leis ao Mundo. Pelo contrário: os judeus estão felizes com a migalhinha de Médio Oriente que lhes resta (mais de 80% da sua Terra foi para os Árabes). E até dariam ainda mais terra, se não significasse Israel ficar sem defesa em termos militares.

      Os judeus religiosos (que são uma minoria, como os cristãos religiosos), acreditam que, quando vier o Messias e o Terceiro Templo for erguido, Israel será "uma Luz entra as Nações". Isso nada tem de político, é apenas espiritual, pois os judeus religiosos ortodoxos acreditam que é missão de Israel divulgar a Torá entre as Nações. Não são proselistiatas, mas acreditam que na Nova Era, todo o Mundo professará que existe apenas um Deus.

      Até hoje, os judeus nunca atacaram ninguém, apenas se defenderam. No entanto, os séculos passam e as teorias da conspiração sucedem-se. os judeus "andam sempre a tramar alguma", embora nunca concretizem...

      Dantes era que eles bebiam sangue de crianças (ainda que fossem loucos ou maus para fazerem tal coisa, o Judaísmo até proíbe a ingestão de sangue). Os muçulmanos praticam o canibalismo, como temos mostrado neste blog, mas acusam os judeus de o fazer (o velho libelo de sangue). Os muçulmanos têm como obrigação religiosa estabelecer o Califado Global, mas acusam Israel de querer fazer o que eles ambicionam: matar ou escravizar toda a gente.

      E o Mundo acredita em quem? Em Israel, que sofre com o terrorismo e é atacado de todos os lados, ou nos islamistas, que matam e destroem, estupram e supliciam inocentes todos os dias, desde o século 7? O Mundo come islamo-palestinianismo às colheradas!

      Dantes era então o sangue de criancinhas e os poços envenenados, hoje são os "iluminatti", os lagartos espaciais da Lua e do centro da Terra. As teorias modernizam-se, mas são sempre os judeus...

      Os judeus, tal como nós os portugueses, não são uma massa homogénea. Há-os da extrema-esquerda à extrema-direita, há-os da ortodoxia religiosa ao ateísmo, há-os até anti-semitas raivosos (como o Chomsky) e até nazis (como o Soros). Dizer "os judeus" e englobá-los numa ideologia é tão errado como dizer-se que "os portugueses" são todos de esquerda, ou de direita, ou bons, ou maus, ou do Benfica, ou do Sporting. No geral são gente como qualquer outra, da gente que nos é culturalmente mais próxima, do mundo judaico-cristão. No geral, acho-os simpáticos, um bocado sentimentais e temperamentais, como nós, latinos, e com sentido de humor e auto-sátira, como nós, portugueses.

      É por isso que apoio Israel. Porque, graças à educação judaico-cristã que tive (graças a Deus) sou incapaz de não ir em socorro dos fracos e dos oprimidos, dos perseguidos e injustiçados. Qualquer que seja a sua religião, ou "raça".

      Abraço.

      P.S. - Lembro o post "Trump Venceu: Contra Nova Ordem Mundial" http://amigodeisrael.blogspot.pt/2016/11/trump-venceu-contra-nova-ordem-mundial.html

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