sexta-feira, 24 de julho de 2015

Filosofias de Mérida


O rapaz estava às voltas com uma pequena avaria na sua Merida. Eu ia a passar e dei uma rápida ajuda na mecânica ciclística. Pela minha t-shirt I LOVE ISRAEL, depreendeu que eu fosse israelita e saudou-me com um Shalom!. Retribuí - porque não? 

Depressa a conversa resvalou para a recente resposta israelita a mais um ataque de mísseis disparados desde Gaza pelo Hamas

Fiz-lhe notar que ele estava a citar apenas a resposta de  Israel contra alvos terroristas, mas a omitir o que a originou: a agressão terrorista contra civis israelitas. Disse-lhe dos milhares de mísseis disparados desde Gaza contra residências, hospitais, escolas, postos de combustível, etc., etc.. 

A avaria já estava solucionada, e o nosso ciclista, subitamente apressado, despediu-se e deixou a sua posta filosófica: "DOS NO SE PELEAN SI UNO NO QUIERE".

"Dois não lutam se um deles não quiser?"... Será que o princípio se manteria caso o alvo dos mísseis do Hamas  fossem os civis de Madrid? Ou de Mérida? Ou ele mesmo, a pedalar tranquilamente na sua Merida, sem fazer mal a ninguém?

Teria sido preferível deixar que o domínio muçulmano se tivesse mantido na nossa Península Ibérica, só para não pelearmos? Os Aliados não deveriam ter combatido Hitler? Deveriam ter aceite a invasão e o III Reich?

Em 2002, 6 soldados marroquinos desembarcaram no ilhéu da Salsa, situado a 250 metros da costa de Marrocos e a 8 km de Ceuta. Espanha respondeu de imediato com Exército, Marinha, Aviação, Operações Especiais (28 unidades de comandos), e mais que houvesse. Para reivindicar a sua soberania sobre a ilhota desabitada.




Só posso imaginar como é que o simpático nuestro hermano teria conciliado este caso e a sua filosofia tão elevada. "Pues hombre, mira que el Derecho Internacional...". Mas ele já lá ia.

Melhor ainda teria sido fugir-lhe com a Merida, a ver se ele não peleava! Só me lembro destas coisas quando é tarde demais...

2 comentários:

  1. Era altura para dar umas galhetas no tipo: ele não quereria fazer guerra! Submeter-se-ia alegremente.

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    1. Estaria aliás de acordo com a moderna pedagogia: aprendizagem pela experiência directa :-)

      José de Jesus

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